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Portugal acelera venda de crédito malparado após 2 anos de quebra



Após dois anos de redução, Portugal intensificou a venda de créditos imobiliários em incumprimento, numa tentativa de limpar os balanços dos bancos e fortalecer

o setor financeiro.


As transações de créditos não produtivos parecem estar a reanimar em Portugal. Depois de dois anos de quebras, a venda de carteiras decrédito malparado no nosso país vai aumentar este ano, conclui um estudo da Prime Yield. Além da transação atípica do Projecto Cascais por 4,2 mil milhões de euros, deverão ser vendidos outros portfólios de créditos em incumprimento até ao final do ano.


Entre janeiro e outubro, terão sido vendidos 5,3 mil milhões de euros em Non-Performing Loans (NPL) no nosso país. Este volume muito se deveu à operação sem precedentes de 4,2 mil milhões de euros referente ao Projeto Cascais, “a qual envolveu a compra de um servicer e das respetivas carteiras de NPL”, começa por explicar a Prime Yield em comunicado enviado às redações. A par destes negócios de crédito malparado, já estão identificados outros que deverão fechar em 2024, somando mais 2,3 mil milhões de euros em transações. 


Foi tendo por base estes dados que a Prime Yield concluiu no seu recente estudo “Investing in NPL in Iberia”, que a venda de carteiras de crédito malparado em Portugal vai aumentar em 2024. Até porque nos dois anos anteriores as transações anuais de NPL foram inferiores a 2 mil milhões de euros (em concreto, 1,4 mil milhões em 2023 e 1,7 mil milhões de euros no ano anterior). 

Esta redução dos negócios de NPL no país nos últimos anos tem uma justificação simples. “Entre 2019 e 2024, passámos de 21,3 mil milhões de euros de crédito malparado no sistema financeiro nacional para 5,1 mil milhões. Naturalmente que o universo de carteiras a chegar ao mercado pela mão da banca neste período foi reduzindo e isso travou a atividade transacional”, explica Francisco Virgolino, Managing Director da Prime Yield, citado em comunicado.


Além disso, o mercado nacional também “se tornou mais maduro e surgem outros tipos de operação. Numa tendência que é europeia, repensam-se modelos de negócio e estratégias para se adaptar a mercados de menor escala e em mudança, a fim de ganhar eficiência”, observando-se mais negócios corporativos entre servicers e investidores, bem como um aumento de transações no mercado secundário, acrescenta Francisco Virgolino.


Aliás, o “grande impulso” às transações de carteiras de crédito em incumprimento em Portugal este ano deveu-se precisamente aos negócios no mercado secundário, assim como as vendas de servicers, como são os exemplos da venda da Algebra Capital e da Do Value e respetivas carteiras, esclareceu ainda o especialista da Prime Yield.



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Fonte: Idealista

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