Comprar um imóvel é o sonho de muitos. Transformar um conjunto de divisões vazias num espaço ao qual chamamos de casa é extraordinariamente prazeroso.
A casa constrói-se diariamente e é neste espaço que são celebradas as mais doces vitórias e digeridas as derrotas amargas. É o porto seguro de todos nós.
Contudo, o primeiro passo é, de facto, adquirir o imóvel. A grande maioria da população é obrigada a contrair um empréstimo para poder financiar a compra. Portanto, é crucial saber avaliar as diferentes condições que cada entidade bancária oferece. Depois de reunidas todas as informações, a tomada de decisão revela-se mais fácil.
No presente artigo, reunimos algumas informações que deve consultar ao avaliar as condições de um empréstimo habitação.
Prazo de pagamento
Um dos pontos mais importantes na tomada de decisão é a duração do empréstimo. No fundo, deve analisar quanto tempo levará até liquidar a sua dívida ao banco.
Caso opte por um prazo de pagamento mais curto, a prestação mensal será mais elevada. Por outro lado, caso prefira estender o prazo de pagamento, a quantidade despendida todos os meses será mais baixa.
Estude cuidadosamente ambas as opções. Isto porque, caso prefira pagar num prazo mais alargado, o empréstimo total sairá mais caro – devido ao pagamento contínuo das taxas de juro.
Taxas de juro
Todos os empréstimos que contrair são acompanhados por uma taxa de juro. Esta taxa é uma percentagem que reflete o custo da utilização do dinheiro emprestado. No fundo, é a quantia que os bancos beneficiam ao prover financiamento.
É importante entender que existem várias modalidades de taxa de juro:
Taxa variável
De forma simplificada, esta percentagem é revista periodicamente. Esta resulta da soma de dois valores: a taxa referente – Euribor – mais o spread. Isto significa que o montante a pagar todos os meses não é constante e que, muitas das vezes, poderá ver este valor a subir.
Taxa fixa
Ao contrário da anterior, a taxa fixa significa que os custos dos juros são constantes. Neste cenário, não terá de se preocupar com as oscilações da Euribor, influenciada por muitos fatores alheios a si.
Taxa mista
Como o próprio nome indica, esta modalidade incorpora as duas anteriores. Nesta opção, poderá escolher uma taxa fixa durante um período – 2, 10 ou 20 anos – e, no restante prazo, será aplicada uma taxa variável.
TAEG e MTIC
Quando estiver a comparar as diferentes ofertas, tenha atenção à Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) e ao Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC). Estes são dois indicadores que refletem todos os custos do empréstimo. Isto é, para além dos juros, também são considerados os restantes custos como as comissões, seguros, impostos e outros encargos.
A TAEG contabiliza todos os custos em percentagem anual do valor do empréstimo. Por outro lado, o MTIC representa a soma do montante do crédito com os restantes encargos que terá de pagar durante o contrato.
No fundo, quanto mais baixos forem estes indicadores, mais barato será o crédito. Contudo, é importante relembrar que nem sempre uma prestação mensal mais baixa é sinónimo de um crédito mais barato no final.
Taxa de esforço
Este valor não é mais do que a percentagem do rendimento total do agregado familiar destinado a cumprir o empréstimo. De uma forma mais simples, é o peso que a prestação tem no valor recebido pelos intervenientes. Esta taxa é bastante útil, pois ajuda a perceber se há condições para fazer face às despesas do quotidiano, após o pagamento das obrigações com o crédito.
Idealmente, o valor da taxa não deve ultrapassar os 33% – equivalente a um terço do rendimento do agregado familiar.
Cálculo: (Valor mensal do crédito / Rendimento líquido mensal) x 100
Exemplo 1:
Rendimento = 2000€
Prestação = 650€
Taxa de Esforço = 32,5%
Exemplo 2:
Rendimento = 1500€
Prestação = 800€
Taxa de Esforço = 53,3%
Avaliar as condições de um empréstimo é essencial para garantir que a compra do imóvel não se torne um fardo financeiro no futuro. É importante ponderar todos os aspetos, desde a duração do empréstimo até às diferentes modalidades de taxas de juro, para tomar uma decisão informada e adequada às suas necessidades e capacidades financeiras.
Ao analisar as ofertas, ao considerar a TAEG e o MTIC consegue compreender o custo real do crédito. Além disso, garantir que a taxa de esforço se mantém dentro de limites aceitáveis é crucial para manter a saúde financeira e assegurar que as despesas quotidianas continuam a ser geridas sem dificuldades. Com uma avaliação cuidadosa, é possível dar este passo importante com confiança e segurança.
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Fonte: Imovirtual
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